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Cyro (segundo à direita) com seus sete irmãos em Alto Jequitibá, Minas Gerais.
Cyro Siqueira
Cyro Rodrigues de Siqueira, irmão
mais novo de meu pai, foi a primeira grande influência intelectual que
tive em minha vida. Suas críticas me conduziram ao fascínio pela
linguagem cinematográfica que me acompanha até hoje.
A ampla gama de interesses
culturais que cultivava o tornou também objeto de um intenso
questionamento por este então jovem de 16 anos e, neste sentido, sou-lhe
grato pela paciência com que respondia às minhas insistentes perguntas.
Além da leitura de escritores
como Faulkner, Hemingway, Fitzgerald, Lawrence Durrell, entre vários
outros, também percorria com fluência o pensamento de autores tão
divergentes quanto Lukács e Heidegger, o que dá uma medida da sua visão
tão abrangente. Era também um apreciador da música, especialmente do
jazz de Thelonious Monk e das interpretações de Elizeth Cardoso.
Participante ativo da fundação do
Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) e cofundador da Revista de
Cinema, seu rigor crítico na análise dos filmes contribuiu para a
consolidação dessa atividade jornalística e iluminou o caminho de uma
nova geração de cineastas mineiros como Carlos Alberto Prates Correia,
Neville de Almeida, Schubert Magalhães, Paulo Leite Soares, José Sette
de Barros Filho, Geraldo Veloso e muitos outros.
No entanto, o ponto mais alto de
seu trabalho, as resenhas cinematográficas que produziu durante anos nas
páginas do jornal Estado de Minas
ainda aguardam uma publicação que esteja à altura de seu valor.
Os três artigos aqui publicados
apresentam diferentes vertentes de sua atividade jornalística, que se
estendeu por um período de mais de 40 anos. A Revisão do Método Crítico
propõe novos elementos de referência para as análises do cinema levando
em conta as inovações técnicas mais recentes e os elementos de linguagem
que estavam sendo incorporados a esta arte, assim como a sua relação com
o teatro e a literatura, que implicavam na criação de roteiros mais
complexos.
O comentário crítico sobre
A Glória de um Covarde, que também é apresentado, abrange uma parte
significativa da obra de um importante diretor do cinema americano em
sua complexa e tumultuada relação com os estúdios de Hollywood.
Finalmente, a entrevista
relâmpago com William Faulkner possui o caráter emblemático de expor a
relação de Cyro com uma de suas maiores influências, diretamente
responsável por seu estilo de longas frases que cultivou em sua carreira
como jornalista.
Ainda conversamos em sonho, quando damos algumas voltas de carro.
Sérvulo Siqueira
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Revisão do Método Crítico |
Entrevista com Faulkner |
Crítica: A Glória de um Covarde |