14 de fevereiro de 2025
As patrulhas ideológicas, ou de como eleger o menos pior
Alguém se
lembra das patrulhas ideológicas? Nos anos 70 do século passado, um
breve mas intenso debate agitou um segmento da esquerda brasileira.
Um setor mais ortodoxo da oposição ao
regime militar (1964-1985) acreditou que alguns nomes proeminentes
da esquerda poderiam ser cooptados (ou seja, se sentirem inclinados
a exercer algum posto nos governos dos generais) e deram início a
uma série de chamados à ordem com questionamentos àqueles que
consideravam como possíveis adesistas.
A agressividade desses supostos ortodoxos
se tornou tão intensa e levou a um comentário do cineasta Carlos
Diegues (1940-2025) que, em meio a uma época caracterizada por
extremo patrulhamento militar, cunhou a frase
patrulhas ideológicas
para descrever a conduta desses grupos da oposição.
11 de fevereiro de 2025
United States Über Alles
Foram necessários apenas 15 dias
para que as esperanças alimentadas por poucos de que as recentes
eleições norte-americanas trouxessem alguma mudança na política de
“cowboys com armas atômicas” se desvanecessem por completo.
Vimos então o retorno à cena de
Donaldo Trampo como o novo
Imperador do Norte que, com seu porte bem mais cansado de empreendedor
imobiliário, vem causando estardalhaço com declarações intempestivas mas
obtendo poucos resultados concretos, e isto somente quando se depara com
contrapartes fracas como o medíocre
vendepatrias presidente do
Panamá.
No momento em que se dirigiu à
presidente do México, demonstrou pouco conhecimento da realidade e foi
obrigado a aceitar o compromisso – que não sabemos se será cumprido – de
policiar a fronteira para evitar a entrada de armas pesadas
norte-americanas que abastecem os carteis da droga do país vizinho.
25 de outubro de 2024
Mais uma traição de Lula
25 de fevereiro de 2023
Um ano de guerra na Ucrânia: globalistas ou multilateralistas?*
11 de fevereiro de 2023
Lula tira a máscara (e vira um
teddy bear*
americano)
Este é um ritual que se repete a
cada quatro anos. O presidente de uma república situada nos trópicos se
dirige à metrópole dominante para se apresentar aos seus superiores e
receber algumas instruções destinadas ao exercício de seu mandato.
Nos últimos dias, esse ritual
acaba de se repetir. De um lado, Joseph Biden, um veterano político
norte-americano que foi guindado à condição de presidente da república
numa eleição em que foram apontados vários indícios de fraude. Já
curvado ao peso da idade, esse senhor vem apresentando inúmeros sinais
de senilidade, comunica-se com o seu país por meio de um teleprompter ou
por mensagens de ouvido que lhe são passadas por seus assessores, comete
frequentes gafes ao trocar nomes de lugares e confundir fatos
históricos, e não se caracteriza por nenhuma originalidade em suas
declarações que expressam invariavelmente uma altiva arrogância quando
se dirige àqueles que ousam discordar de seus propósitos imperiais.
Sem embargo, muitos observadores
em seu país consideram que o poder de que dispõe para o exercício do
cargo é muito limitado e seu governo exprime apenas a vontade de grandes
grupos econômicos que o levaram ao cargo e que controlam o chamado
deep state
(estado paralelo) ,
que rege de fato o establishment
norte-americano.
8 de outubro de 2022
O momento da verdade
Além do resultado do pleito, muitas
incertezas cercam o segundo turno das eleições presidenciais que
irão se realizar no próximo dia 30 de outubro.
Não deixa de causar inquietação que
acordos por debaixo do pano venham ocorrendo entre figuras políticas
cujas trajetórias contrariam as alianças que estão sendo celebradas.
Apresentados sob uma aura de aparente confraternização, pode-se
perguntar o que pensará o eleitor – já naturalmente suspeitoso das
figuras envolvidas – desses acordos, que tendem na verdade a se
constituir em verdadeiros cambalachos.
26 de setembro de 2022
De São Bernardo do Campo ao Alto de Pinheiros
Caminhamos para mais uma eleição presidencial, o nono pleito
desde o fim da ditadura de 1964-1985, em uma situação em que os
partidos políticos vigentes, que nascem a cada estação, perderam
toda a sua substância e já não são mais capazes de propor um
programa consistente para todo o país.
20 de setembro de 2021
Com aproximadamente 200 milhões de hectares
cultiváveis, o Brasil utiliza apenas 7,6% de todo o seu território para
a agricultura.
13 de março de 2021
No momento em que sete países da Europa e da
Ásia - Dinamarca, Noruega, Islândia, Estônia, Lituânia, Luxemburgo,
Letônia, Itália e Tailândia - decidem suspender a compra, distribuição e
aplicação da vacina da AstraZeneca, também conhecida como vacina de
Oxford, em razão do aparecimento de muitos casos de coágulos sanguíneos
após a sua inoculação, um grupo de cientistas e médicos enviou uma carta
aberta à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) solicitando uma resposta
urgente a questões relativas à segurança das vacinas da Pfizer, Moderna e
AstraZeneca. (Sérvulo Siqueira)
Segue o texto da carta:
Carta Aberta Urgente de Médicos e Cientistas
para a Agência Europeia de Medicamentos sobre Preocupaçõescom a Segurança
da Vacina COVID-19
Continua
6 de março de 2021
Pfizer faz exigências
absurdas para vender a sua vacina
Matéria do
Bureau de Jornalismo
Investigativo, publicada no site
Science The Wire
e assinada
por Madlen Davies, Rosa Furneaux, Iván Ruiz e Jill Langlois, conta que
a Pfizer está sendo acusada de interferir no modo como os governos da
América Latina administram a aplicação da vacina COVID-19 e que vem
pedindo a alguns países para que disponibilizem ativos soberanos −
edifícios de embaixadas e bases militares – como garantia do custo de
futuras ações legais. Essas exigências já causaram um atraso de três meses
na entrega da vacina a um determinado país da região.
Na Argentina e em outro país que não foi
revelado, funcionários do governo assinaram um acordo secreto com a
Pfizer, que exigiu total isenção de responsabilidade em ações que venham a
ser movidas por cidadãos desses países após terem sido vacinados. Em
relação à Argentina e o Brasil, a Pfizer considera que ativos soberanos
devem ser colocados como caução para qualquer ação compensatória por
possíveis danos à saúde causados pela vacina. Continua
20 de setembro de 2020
Cuidado! Há um jaleco branco na porta principal!
Agora, não serve mais para
nada. Só serve para
ser lançado fora ou, então, entregue aos médicos.
Heráclito de Éfeso (século V A.C.)
Mais de 2.500 anos se passaram desde que o pensador pré-socrático emitiu estas palavras. E, ainda hoje, elas não deixam de ser verdadeiras. Na realidade, ainda mais pertinentes do que naqueles tempos. Afinal, a despeito de toda a organização política e econômica da sociedade grega de então, muitas instituições ainda não haviam surgido e pode-se dizer com certeza que hoje elas contribuem de forma decisiva para que estas coisas ainda persistam. Os jornais New York Times, Washington Post, Folha de S. Paulo e as Organizações Globo assim como as fundações Ford e Rockfeller, Bill e Melinda Gates não podiam ser descortinados no horizonte; a Pfizer, a Glaxo, a Johnson & Johnson, a Novartis, a Merck, a Roche, a Sanofi, a Bayer e a GlaxoSmithKline não haviam se transformado em gigantescos laboratórios farmacêuticos, as novas tecnologias digitais não tinham sido inventadas e as instituições bancárias, se existiam, ainda não tinham adquirido o poder que têm atualmente. Continua
12 de agosto de 2020
Muito além da Covid-19
Em letras garrafais, os chamados blogs sujos, na verdade os antigos sites chapa branca dos governos Lula e Dilma, trombeteiam manchetes anunciando que a Covid-19 já provocou mais de 100 mil fatalidades. Na mesma linha, médicos e até mesmo um cientista famoso responsabilizam a inépcia do atual governo pela tragédia.
No entanto, essas informações não podem ser comprovadas porque – como alerta um médico da organização Médicos Por La Verdad − um falecimento somente pode ser atribuído à propalada pandemia se isto for comprovado por uma autópsia. Apesar desse argumento, tanto os partidos políticos de esquerda quanto os de direita – com a prestimosa colaboração dos meios de comunicação − continuam insistindo nos números, com o objetivo de fragilizar psicologicamente os cidadãos e instigar medo no seio da população. Continua
3 de agosto de 2020
Mascarados ou Desmascarados?
Apontada em 30 de janeiro de 2020 como uma pneumonia viral pela Organização Mundial de Saúde, a Covid-19 foi transformada em pandemia pouco tempo depois e os métodos de contenção da doença se propagaram de modo quase uniforme por uma grande parte do planeta.
Menos de seis meses desde a sua emergência em diferentes pontos do mundo, a estratégia de combate à doença começa a mostrar a sua verdadeira face e revela uma curiosa simbiose entre as técnicas de investigação policial e de controle da criminalidade e as terapêuticas propriamente médicas e científicas.
Aplicativos de
rastreamento de controle de contatos entre pessoas sadias e contaminadas
para posterior isolamento dos doentes, triagem de enfermos e sua separação
dos entes queridos, criação de redes de monitoramento e vigilância,
distância obrigatória de 1,5 a 2 metros, quarentena forçada da população,
imposição do uso de máscaras e possível obrigatoriedade de vacinas com a
inserção de microchips no organismo, censura aos médicos que ousam
discordar das técnicas de profilaxia da doença, sem contar a perspectiva
de utilização no futuro do uso da inteligência artificial − na forma de
robôs – para tratamento dos pacientes, vão criando pouco a pouco o cenário
de uma verdadeira sociedade totalitária.
Continua
10 de junho de 2020
A morte como fé, não como temor
Observações sobre a PLANdemia
da Covid-19
É mais fácil enganar as
pessoas do que convencê-las de que foram enganadas.
Mark Twain
─ O que acha dos médicos? Caso resolva fazer uma pequena pesquisa entre seus amigos e conhecidos mais próximos com essa pergunta, você encontrará certamente as mais diversas opiniões, a maioria delas sendo provavelmente pouco elogiosa, e até mesmo profissionais dessa área da saúde manifestarão desconfiança sobre a conduta de seus colegas.
As razões poderão variar desde o pouco
interesse pelo verdadeiro estado do paciente, a falta de competência e
conhecimento do assunto, o mercenarismo, o espírito corporativo que
norteia o exercício da profissão, responsabilizando o paciente e se
eximindo de suas próprias falhas, etc.
27 de outubro de 2019
Alcântara, adeus!
Na última terça-feira, dia 22 de outubro, quase 220 milhões de brasileiros se depararam com uma nova realidade: uma parte de nosso território, localizada no estado do Maranhão, dentro de mais algum tempo não mais pertencerá ao país já que – por decisão da Câmara dos Deputados, que provavelmente será ratificada pelo Senado Federal – a base aérea de Alcântara deverá ser entregue em breve ao império norte-americano.
Este ato de extrema traição ao Brasil, um verdadeiro crime de lesa-pátria contou com o apoio de 329 representantes eleitos pela população e sofreu a oposição de apenas 86 parlamentares, com uma abstenção. Nem mesmo todos os deputados filiados aos partidos tradicionalmente ligados às causas populares votaram contra o projeto proposto pelo governo títere dos Estados Unidos, que atualmente opera no Brasil.
Embora os gringos afirmem que a base não será usada para propósitos militares, é difícil acreditar que um país que descumpriu todos os contratos que ao longo de sua história assinou, como o que acaba de romper com o Irã – e neste sentido não há melhores testemunhas do que os indígenas da América do Norte – venha a respeitar a palavra dada. Continua
30 de dezembro de 2018
Agora, aguenta!
O Brasil se transformou, nos dias de hoje, em um elaborado projeto de controle da mente humana. Por meio desse controle, os poderes econômicos que governam a sociedade almejam criar cidadãos dóceis que ofereçam pouca resistência à imposição de medidas draconianas de retirada de direitos adquiridos, que reduzam a faculdade de julgamento e de reflexão e impeçam uma atitude que leve a uma decisão baseada no livre arbítrio.
Como sabemos, se de um lado a sociedade de massas proporcionou ao sistema capitalista produtor de mercadorias mão de obra relativamente barata capaz de produzir uma grande margem de lucro, de outra parte inúmeras resistências à exploração contínua do trabalho mal remunerado geraram rebeliões e insurreições populares que instabilizaram o sistema. Continua
1º de novembro de 2018
No Brasil não apenas as
notícias são falsas, os governos também...
Na noite de sábado do último dia 27 de outubro,
poucas horas antes da abertura das urnas para a eleição presidencial
no Brasil, parecia que a realidade tinha se invertido radicalmente.
19 de outubro de 2018
Holden Caulfield, o célebre personagem de
O
apanhador no campo de centeio, novela emblemática da contracultura no
século 20, se considerava uma espécie de “sentinela do abismo”, imbuído da
missão de evitar que as pessoas caíssem no precipício.
No Brasil dos dias de hoje, alguém que
incorporasse o desejo do personagem de J.D. Salinger, poderia pensar que:
5 de outubro de 2018
Uma terra em transe
29 de setembro de 2018
O eleitor brasileiro não deve
se deixar enganar
Não tema o inimigo porque o seu inimigo somente pode tirar a sua vida. É muito melhor que você tema os meios de comunicação porque eles podem roubar a sua HONRA. Este poder horrível, a opinião pública de uma nação, é criado na América por uma horda de simplórios ignorantes e autocomplacentes que não são capazes de cavar um buraco ou fazer um sapato e buscaram o jornalismo para chegar à casa do povo mais pobre. (Mark Twain)
Se as pesquisas eleitorais – que apontam a chegada ao segundo turno de dois candidatos com programas inconciliáveis − estiverem certas, estamos à beira de umas das maiores crises institucionais de toda a história do Brasil. Embora seus programas pareçam radicalmente opostos, os partidos envolvidos na disputa apresentam alguns pontos em comum: um deles é que– na hipótese de que seus projetos sejam postos em prática − estes poderão levar o país, por razões diferentes, a uma convulsão de amplas proporções.
Se de um lado o programa do dinossauro fascista – pela truculência que apresenta – deve provocar um clima de terror no país e pode suscitar reações de igual monta, o candidato do Partido dos Trabalhadores terá poucas condições de governabilidade uma vez o persistente trabalho dos meios de comunicação e os erros que seu partido cometeu nos quase 14 anos em que esteve no poder geraram um sentimento muito negativo em relação ao seu retorno. Continua
24 de setembro de 2018
O caminho inverso do PT
Para um país que – em outras eleições presidenciais – preferiu Hermes da Fonseca a Rui Barbosa, elegeu Eurico Gaspar Dutra contra Yedo Fiúza e Eduardo Gomes, votou por Jânio Quadros contra o Marechal Lott, optou por Fernando Collor ao invés de Leonel Brizola e – por duas vezes consecutivas – derrotou Luís Inácio da Silva numa competição contra Fernando Henrique Cardoso, não será surpresa se daqui a aproximadamente 15 dias se decidir por Fernando Haddad em desfavor de Ciro Gomes, permitindo que o candidato do PT caminhe para um segundo turno onde poderá ser derrotado por um dinossauro fascista.
Para que isto venha a acontecer, no entanto, o
PT terá que enfrentar inúmeros obstáculos.
Continua
19 de setembro de 2018
Fernando Haddad: Héctor Cámpora ou Juan María Bordaberry?
A América Latina, que também foi chamada de
América Latrina
durante o tempo em que se transformou na lata de
lixo dos Estados Unidos, provavelmente já passou por momentos semelhantes
a estes que estamos agora vivendo no Brasil.
Quando em 1972, a ditadura argentina convocou eleições como um meio de escapar à uma violenta confrontação social mas impediu a participação de Juan Domingo Perón que estava no exílio e havia sido por cerca de 30 anos o mais importante líder político do país, o dirigente justicialista Héctor Cámpora se elegeu Presidente da República com o lema “Cámpora no governo, Perón no poder”.
Durante seu breve governo de menos de dois meses, propôs um pacto social entre sindicatos e empresários que sustentou seu programa de industrialização, adotou uma política internacional voltada para a defesa dos países do Terceiro Mundo, estabeleceu uma aliança com o movimento estudantil e fortaleceu as universidades. Alcançou grande repercussão também a medida de abrir as prisões e libertar todos os prisioneiros – políticos ou não – que haviam sido encarcerados pela ditadura. Continua
17 de setembro de 2018
O falso dilema entre a
pseudoesquerda e a direita rancorosa
As próximas eleições presidenciais ocorrem num momento de grande obscurecimento do país, com a vigência de um governo ilegítimo nascido de um golpe jurídico-midiático-parlamentar, um desemprego em larga escala, a entrega do patrimônio público ao capital estrangeiro e a perspectiva de vitória de um projeto de governo fascista no Brasil.
De um lado se apresenta um candidato que prega abertamente o ódio e encarna o sentimento mais sombrio do preconceito e da recusa da convivência com o contraditório, o que pode ser caracterizado como o epítome do obscurantismo.
De outra parte, o candidato do Partido dos Trabalhadores que – depois de ter esperado no banco de reserva que o titular do posto fosse declarado inelegível – entra no campo de jogo destituído de luz própria porque, de imediato, já se apodera de ideias de um opositor, o candidato Ciro Gomes.
Ao agir desta forma, Fernando Haddad corrobora a conduta de seu líder Luís Inácio da Silva que – usando métodos pouco ortodoxos e descartando os laços de amizade e os escrúpulos que conviriam ao caso – impediu que o candidato do Partido Democrático Trabalhista construísse uma aliança com o Partido Socialista Brasileiro, o que lhe permitiria desfrutar de um tempo de propaganda um pouco maior no horário eleitoral do rádio e da televisão. Continua
10 de agosto de 2018
Jornalismo alternativo, o rato Danilo e outros roedores no gulag mineiro
Em janeiro de 2014, a redação do NovoJornal, órgão de informação publicado na Internet, foi empastelada e todo o equipamento utilizado para a sua edição apreendido pela Polícia mineira. Ao chegar para o trabalho às seis horas da manhã, seu editor, o jornalista e publicitário Marco Aurélio Flores Carone, foi preso no mesmo local por um delegado, um promotor de justiça e oficiais da Polícia Militar de Minas Gerais.
Apenas duas horas depois, o jornalista Geraldo Elísio recebia a visita de uma unidade da Polícia Civil comandada por um jovem delegado e parte do seu equipamento de trabalho – um netbook, pen-drives, HD externo, agendas telefônicas, etc. – também era apreendida. Continua
12 de julho de 2018
A festa acabou...
Até a primeira metade do século 20, houve um relativo equilíbrio entre a Europa e a América no esporte do futebol. No entanto, no início do século 21 os países do hemisfério sul já lideravam em número de vitórias na Copa do Mundo da FIFA com cinco conquistas brasileiras, duas uruguaias e duas argentinas contra três da Itália, três da Alemanha, uma da Inglaterra e uma da França.
A ascensão do futebol da América do Sul, comandada pelo Brasil na segunda metade do século passado, coincidiu com a emergência das lutas de libertação econômica e política dos países do Terceiro Mundo na América, África e Ásia.
Com a implantação do modelo neoliberal no mundo partir dos anos 1980 e o progressivo envolvimento das grandes corporações multinacionais nos proveitos econômicos do jogo, o futebol foi perdendo o seu caráter de arte e habilidade e passou a ganhar características de força e esquematização tática. As etiquetas com as marcas das grandes empresas que são mostradas atrás dos participantes do jogo durante as entrevistas realizadas após as partidas ilustram este caráter estrito de promoção comercial do espetáculo do futebol. Continua
8 de abril de 2018
A esperança dos
desesperançados
Com a prisão de Lula, fecha-se mais um ciclo na história do Brasil: o de uma tentativa de caráter social-democrata para resolver as enormes desigualdades econômicas e sociais deste país. Inicia-se um novo período, com o retorno do modelo autoritário – que prevaleceu durante a maior parte da existência do nosso Bananão − desta vez sob uma híbrida forma de fascismo: regido economicamente por tecnocratas que puxam os cordéis no pano de fundo da cena e representado publicamente por um títere qualquer: insípido, inodoro e incolor como o atual Drácula de plantão.
Compondo ainda melhor este cenário infausto, os meios de comunicação – qual uma prostituta sem nenhuma respeitabilidade – proporcionam uma atmosfera de vaudeville, em que não faltam representações da mais baixa escatologia: assassinatos, consumo desbragado de drogas e sexo quase explícito no meio da tarde para crianças impúberes. Pairando sobre esta atmosfera, se postam os poderes constituídos: o Congresso Nacional composto pelas bancadas da bala, da bola, do boi, dos traficantes, dos latifundiários, dos donos de escolas e de hospitais, além de vários outros delinquentes de maior e menor porte. Além, naturalmente, da Justiça de nosso país, sempre a serviço dos poderosos e referendando o que já foi dito no passado:
− Aos amigos, favores. Aos inimigos, as penas da lei! Continua
6 de abril de 2018
Um dia no
Bananão
A carta de Pero Vaz de Caminha; a permanência
das capitanias hereditárias¹, as sesmarias²; a extração e pilhagem da
madeira, do ouro e do diamante; o interminável processo de escravidão que
já dura quase 500 anos, a exploração da cana de açúcar, da pecuária e da
cafeicultura; o extermínio progressivo dos naturais da terra pelos
capitães do mato, posseiros, empresas mineradoras e latifundiários; as
guerras programadas contra nossos vizinhos a mando da Inglaterra; a
matança sistemática dos membros do MST executada por capangas dos grandes
proprietários de terra; a ganância e a usura dos banqueiros; a falta de
ética profissional dos meios de comunicação que disseminam o ódio e a
mentira; as tramoias e os complôs urdidos pelo imperialismo
norte-americano; o assassinato deliberado dos nossos líderes populares; a
criminalidade e a violência nas favelas, hoje eufemisticamente batizadas
de comunidades; o número crescente de mortes no trânsito; as instituições
prisionais, verdadeiros açougues humanos onde nenhum criminoso pode ser
recuperado; o extermínio progressivo dos jovens negros nas periferias que,
sem qualquer outra opção, são empurrados à criminalidade; o espírito
corporativo da casta da justiça, que somente defende o interesse dos
poderosos; a impunidade generalizada; a imensa disparidade social e
econômica entre ricos e pobres; a distribuição de renda que se situa entre
as piores do planeta; as dívidas interna e externa acumuladas pelo Estado
em benefício de alguns poucos: todas estas monstruosidades de um país
chamado Brasil mas que também poderia ser chamado de
Bananão,
praticadas ao longo de mais de cinco séculos, estiveram simbolicamente
presentes no julgamento do habeas corpus de um ex-presidente da
República no último dia 4 de abril.
Continua
1 Sistema de doação de terras a interesses
privados que persistiu por mais de três séculos no Brasil.
25 de março de 2018
Intervenção no Rio: ensaio para uma guerra futura
Ao praticar um deliberado terrorismo de informação durante o último carnaval da cidade, fabricando algumas notícias e dando exagerado destaque a outras, a Rede Globo forneceu um pretexto ao governo golpista de Michel Temer para decretar uma nova intervenção do Exército nas zonas pobres do Rio de Janeiro.
Conquanto a medida não possa ser considerada uma novidade, desta vez ela apresentou alguns fatos novos ao transformar um general de Exército em novo comandante militar do estado.
Por trás de mais este gesto aparentemente
intempestivo está o conceito enraizado no modelo neoliberal de que, como
sua política urbana não consegue resolver os problemas dos bairros pobres
da cidade, não cabe outra alternativa senão aniquilar esses lugares com o
emprego das táticas mais sofisticadas e brutais.
Continua
1º de agosto de 2017
Quem tem medo das eleições na
Venezuela?
Certamente o governo dos Estados Unidos que, inspirado pela doutrina do Destino Manifesto, acredita que o país deve continuar a ser por ainda muito tempo um quintal do Grande Irmão do Norte. Por certo a União Europeia que, herdeira do legado atávico do colonialismo que durante séculos escravizou e pilhou muitos povos no mundo, trazendo miséria e sofrimento à África e à América Latina, também não deve se alegrar com a manifestação de soberania de um pequeno país dos trópicos. Da mesma forma, os governos lacaios destas antigas potências imperiais: Argentina, Brasil, Chile, Peru, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Honduras, Guatemala, México e Canadá – como cachorrinhos amestrados do grande capital – que manifestaram o seu desagrado diante da votação, até porque com baixíssimo índice de popularidade deve lhes causar repulsa a convocação popular. Continua
1º de fevereiro de 2017
(Pré) Salve-se Quem Puder
III. Continuando o legado de Fernando Henrique
Intoxicada pelos meios de comunicação e sem esperança, a sociedade brasileira assiste paralisada ao desmantelamento dos últimos estratos do Estado Social que persistiu no país durante os quase 14 anos da era Lula.
Consumada a revolução colorida deflagrada pelas ações de um juiz de Curitiba, a partir de informações fornecidas em espionagem perpetrada por órgãos de inteligência dos Estados Unidos, viu-se que a maré moralizadora que tomou conta da nação levou à formação de um governo altamente corrupto que vai pouco a pouco entregando ao capital estrangeiro os mais valiosos ativos econômicos do país. Continua
26 de novembro de 2016
A Esquerda que a Direita
gosta
Muitos brasileiros já terão notado e alguns até poderão sentir orgulho ‒ se é que orgulho é algo que se pode experimentar nos dias de hoje neste país ‒ porque começa a ocorrer nos Estados Unidos um fenômeno que vivemos desde 2014.
Assim como aconteceu logo após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, os derrotados na recente pleito norte-americano recusam-se a aceitar o resultado final e deflagram um processo cujo objetivo último é impedir a posse do presidente eleito, Donald Trump, ou derrubá-lo posteriormente. Para isso se servem de um amplo leque de recursos que vai desde manifestações públicas organizadas com a participação de pessoas previamente contratadas, campanhas de sabotagem nos meios de comunicação ‒ que lá como cá não passam de prostitutas sem a menor respeitabilidade ‒ apelos histéricos que levam a atos de violência, como prova o incontável número de partidários do candidato vitorioso que tem sido alvo de agressões físicas, além de outras formas de chantagens e pressões. Continua
1° de setembro de 2016
Agosto no Brasil: da tragédia de 1954 à farsa de 2016
O Brasil, que já assistiu à posse de Dutra,
Café Filho, Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo,
José Sarney, Collor, Fernando Henrique, viu ontem a entronização no poder
de mais uma triste figura do nosso cenário político: o ex-suplente de
deputado, ex-secretário de Segurança de São Paulo, ex-vice-presidente da
República e atual Ficha Suja – portanto, inabilitado para o exercício de
qualquer cargo público – Michel Temer como novo presidente da República.
Nenhuma dessas figuras demonstrou estar à
altura dos desafios exigidos por um país das dimensões e tão cheio de
contradições como o nosso e todos fracassaram em seu propósito.
Este deverá ser certamente o caso de Temer, que desembarca no comando da nação em decorrência de um golpe de estado parlamentar e sob o estigma da total falta de credibilidade. Continua
17 de agosto de 2016
A miragem olímpica
10 de maio de 2016
O que temos de pior chega ao
poder
Os historiadores do futuro terão farto material com que se ocupar quando olharem para o Brasil nos dias de hoje.
Na maior nação do hemisfério sul, a grande maioria de sua população de mais de 200 milhões de pessoas − entorpecida por um conglomerado de empresas de comunicação – assiste de forma quase impassível um governo legítimo, que ousou se valer de políticas de Estado para aliviar a miséria e a pobreza de amplos setores da população, ser derrubado por um parlamento composto em sua maior parte de políticos sob investigação judicial por ordem de uma oligarquia escravocrata e de interesses espúrios estrangeiros.
Isto ocorre em um país onde o exercício de uma sociedade democrática burguesa – com o pleno funcionamento dos poderes, os direitos dos cidadãos à saúde, educação, moradia e transporte, as garantias às minorias, a livre expressão das opiniões – jamais ocorreu de fato. Continua
5 de maio de 2016
A restauração fascista
neoliberal
O golpe parlamentar- midiático-empresarial,
que terá o seu desfecho dentro de mais alguns dias, é o resultado de
um processo conspiratório que começou há algum tempo e que tem por
objetivo a restauração do modelo neoliberal que foi implementado no
Brasil por Fenando Henrique Cardoso. À medida que se aproxima a
derrubada de Dilma Rousseff, a hidra golpista começa pouco a pouco a
exibir os tentáculos, revelando seus mais recônditos objetivos. A
partir de meados de maio, consumada a degola da presidente,
mergulharemos numa atmosfera cada vez mais repressiva onde um estado
policial irá progressivamente garantir a restauração da velha ordem
neoliberal, que foi amenizada nos últimos 13 anos pelos programas
assistencialistas dos governos de Lula e Dilma.
Continua
12 de abril de 2016
1954/ 1964/ 2016: uma trama
que se repete
Em um cenário de intensa manipulação, em que o
real se confunde com o imaginário, quem vive no Brasil nos dias de hoje
pode se considerar um protagonista de uma trama cujo enredo não foi
concebido por aqui.
Quem urdiu essa história conhece certamente
nossas características, qualidades e defeitos, mas é difícil acreditar que
sejamos tão autodestrutivos que queiramos voluntariamente abandonar uma
incipiente democracia representativa relativamente estável por um governo
autoritário de tendência fascista que reprime a população, reduz seus
direitos sociais e entrega as riquezas do país aos estrangeiros.
Continua
10 de outubro de 2015
A imprensa brasileira e a
desinformação
Como já era de se esperar a imprensa brasileira ─ corrupta e submissa aos seus patrões do Norte ─ não vem noticiando que os acordos da nova parceria norte-americana que estão sendo celebrados com mais de 50 países da América Latina, Europa e Ásia não incluem os membros do BRICS e, portanto, excluem o Brasil.
Como os acordos que vão levar à TPP (Acordo Estratégico Transpacífico de Associação Econômica), à TTIP (Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento) e à TISA (Acordo Sobre o Comércio de Serviços) foram mantidos em segredo e os termos da sua negociação permanecem até agora sigilosos, foram mobilizados vastos recursos financeiros que irão possibilitar o pagamento de propinas e subornos àqueles que tiverem acesso ao conteúdo secreto dos seus termos, assim como aos governantes que os assinarem. Continua
20 de junho de 2015
A Internacional Golpista está
em marcha na América Latina
Ao invés de se preocuparem com a situação
carcerária da grande maioria dos quase um milhão de prisioneiros do Brasil
‒ amontoados às centenas em celas infectas ‒ ou com a famigerada prisão de
Guantanamo, território cubano ocupado pelos Estados Unidos em que os
prisioneiros são mantidos incomunicáveis e submetidos a torturas pelos
órgãos de segurança de Tio Sam, os parlamentares brasileiros se apressaram
em verificar as condição em que se encontram alguns delinquentes políticos
venezuelanos, especialmente Leopoldo López e Antonio Ledezma, já acusados
e condenados por vários crimes.
Continua
26 de abril de 2015
O espectro fascista e a nossa
velha desordem
Setenta anos depois de derrotada nos campos de
batalha da 2ª Guerra Mundial as ideologias totalitárias do nazismo e do
fascismo ressurgem, de forma explícita ou sob vários disfarces, em várias
partes do mundo.
Enquanto na Ucrânia ‒ depois de um golpe sangrento que derrubou um presidente eleito ‒ o nazismo assume claramente o poder, em outros países e inclusive aqui no nosso querido Bananão a semente fascista volta a germinar depois que uma sórdida campanha eleitoral carregada de mentiras, que contou com o completo apoio dos meios de comunicação, não conseguiu reverter o apoio popular à presidente reeleita. Continua
21 de março de 2015
O Brasil que esteve presente
em 15 de março de 2015
11 de março de 2015
O “monstro” voltou
Considerando o amplo histórico de agressões do declarante, as afirmações do governo americano de que a Venezuela é uma ameaça à segurança do país anglo-saxão devem ser interpretadas corretamente.
Levando ainda em conta o momento em que acontecem ‒ depois de uma tentativa de golpe organizada pelos ianques que foi frustrada por Maduro ‒ e após a humilhação imposta ao governo fantoche de Barack O’Bomber pelo genocida Netanyahu, lembram grotescos episódios da vida quotidiana em que o valentão que se acredita imbatível acaba sendo derrotado por um outro mais bem preparado ‒ e ‒ para descarregar a sua ira ‒ termina batendo num garoto menor. Continua
18 de fevereiro de 2015
1964-1985: o fim da ditadura
em um país sem democracia
Há quase 30 anos, o Brasil comemorava o fim de uma ditadura militar que havia sufocado o país por 21 longos anos. O presidente eleito, Tancredo Neves, não pôde tomar posse por motivo de doença e foi substituído por seu vice, José Sarney, um baluarte do governo militar pelo qual havia sido nomeado governador do Maranhão e presidente da ARENA, partido da situação. Como sói acontecer com os ratos de porão, Sarney, ao lado de outros companheiros de partido como Marco Maciel e Antônio Carlos Magalhães, tinha decidido abandonar o navio que afundava. Continua
11 de dezembro de 2014
(Pré) Salve-se Quem Puder
II. A direita inquieta
O recente discurso de um notório deputado
fascista do Estado do Rio de Janeiro ‒ conhecido pelas suas posições
racistas e em defesa do estupro e da tortura ‒ não deve ser visto apenas
sob o ângulo do abjeto teor de ofensa à dignidade física e moral da
deputada Maria do Rosário.
Após condenar o comparecimento de Dilma
Rousseff à reunião do que considerou ser "a escória da América do Sul", o
deputado fascista demonstrou estar muito bem informado sobre o que
aconteceu no encontro.
Suas observações revelam que exprimiu a posição de interesses muito poderosos que não parecem satisfeitos com as decisões que estão sendo tomadas na União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). Sua condenação da abertura do espaço aéreo aos países membros do grupo expressa a posição dos Estados Unidos, a quem a medida não agrada, porque favoreceria um maior controle pelos países da América Latina das atividades de espionagem exercidas pelos ianques, especialmente por meio de seus aviões não tripulados. Continua
21 de novembro de 2014
Da guerra de baixa intensidade ao golpe de estado planejado
A expectativa do império americano e seus asseclas no Brasil de que venceriam as eleições presidenciais do último 26 de outubro não se confirmou. Como resultado, as rivalidades se acentuaram e começam a assumir ares de um iminente confronto. O verdadeiro sistema de castas das sesmarias e capitanias hereditárias que se instalou no poder há mais de 500 anos não aceita a política populista de distribuição de renda proposta pelo atual partido hegemônico e coloca em ação todo o seu aparato infiltrado no Estado para impedir que o projeto vitorioso implemente o seu programa de governo.
Visando preservar os privilégios que adquiriu, serve-se dos instrumentos que utiliza desde a colonização mas como sabe que a imensa maioria da população brasileira não apoia uma intervenção militar busca outros métodos mais sutis de ruptura das instituições legais. Continua
8 de novembro de 2014
A modernidade no Brasil
Um mito sempre renovado: as promessas contidas na tecnologia e os sacrifícios para a sua obtenção. “As carroças que se transformarão em veículos modernos”.
A modernização da infraestrutura e a necessidade de entregá-la ao capital privado.
As dores do parto: brutais aumentos das taxas cobradas pelas empresas dos serviços públicos.
A promessa se transforma numa miragem: a anunciada boa qualidade dos serviços públicos não se concretiza.
Com o abandono do campo, a cidade se converteu no símbolo da modernidade. Continua
(Pré) Salve-se Quem Puder
I. O governo inseguro
Como um povo colonizado durante séculos, sempre fomos condicionados a nos submeter a um sistema ou a um governante que o representava. Éditos reais e bulas papais determinavam os rumos e, como sempre, a inefável Santa Madre Igreja nos incutia falsos valores cristãos, que se convertiam rapidamente em dogmas de submissão e conformismo.
Quando esta estratégia não se mostrava suficiente, bastava que aparecesse um comandante militar que ordenaria aos meganhas: ‒ Senta o pau na macacada! E a ordem voltava a reinar no terreiro.
Assim foi no final do século XVIII e XIX, quando movimentos nacionais como a Revolução dos Alfaiates na Bahia, a Inconfidência Mineira em Minas Gerais, a Revolução de 1817, a Confederação do Equador, a Praieira e a Cabanada em Pernambuco, a Cabanagem no Pará, a Guerra dos Farrapos no Rio Grande do Sul, entre muitos outros, sofreram a mão dura do império português e da monarquia recém-instalada. Continua
27 de outubro de 2014
O povo não foi bobo
Os bancos, as grandes corporações que controlam
há muito tempo este país, o agronegócio que espalha os pesticidas e
cultiva sementes transgênicas, o oligopólio dos meios de comunicação
e a direita hidrófoba, Barack O'bomber e os neocons de Washington, os
atlantistas da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
George Soros e seu projeto de mais uma "revolução colorida" perderam uma
importante batalha no dia de ontem.
25 de outubro de 2014
A Rede Globo é o campo de concentração da notícia
O debate presidencial apresentado ontem num
cenário montado em São Paulo representou o último estágio de um processo
eleitoral em que os meios de comunicação do país assumiram o papel
explícito de condutores da vontade popular.
23 de outubro de 2014
Como sair do buraco negro da
urna eletrônica
16 de outubro de 2014
Aecinho e a mentira repetida mil vezes
Com a justificativa de que isto contribui para
o maior esclarecimento da população, os debates presidenciais podem
apresentar espetáculos lamentáveis como o que ocorreu no início da noite
de hoje na rede de televisão SBT.
12 de outubro de 2014
1964 - 2014: cinquenta anos
de solidão
Desde 1964 não ocorria uma aliança de setores
tão espúrios da nossa sociedade como a que está se dando nos dias de hoje.
As sinistras delações premiadas sem a
apresentação de nenhuma prova lembram o “mar de lama” de 1954 – que levou
ao suicídio de Vargas – assim como as pregações anticomunistas e
moralistas de Carlos Lacerda que antecederam o golpe de 1964.
9 de outubro de 2014
Eleição no Brasil envolve
disputa de poder entre Obama e Putin.
E Dilma pode ser a bola
da vez...
Embora não ocupe o primeiro plano dos debates,
a participação do Brasil no grupo do BRICS ‒ organização também integrada
pela Rússia, Índia, China e África do Sul ‒ pode estar por trás do extenso
arco de alianças em torno do candidato direitista Aécio Neves na corrida
presidencial de 2014.
Como se sabe, os BRICS ‒ sob a liderança
econômica de Beijing e política de Moscou ‒ vêm alavancando o comércio
mundial, o que os contrapõe aos Estados Unidos cuja economia passa no
momento por uma profunda crise e enfrenta graves desafios.
30 de setembro de 2014
Eles contra nós
Uma nova campanha eleitoral chega ao
fim e parece que mais uma vez as velhas oligarquias brasileiras ‒ os
decadentes barões da mídia, o capitalismo financeiro aglutinado em
torno dos imensamente lucrativos bancos e os latifundiários do
agronegócio ‒ aliadas aos especuladores internacionais liderados pelo
patrono das revoluções coloridas, George Soros, não irão conseguir
impor a vitória dos seus escolhidos para presidente no próximo dia 5
de outubro.
9 de julho de 2014
O futebol no Brasil: da arte
à força
O mundo começa a entrar num período de grande recessão econômica. Na área do Pacífico Norte, um conflito territorial entre a China, o Japão, o Vietnã, as Filipinas e a Indonésia ameaça se converter numa perigosa guerra regional. Na Ucrânia, Europa Oriental, uma junta que tomou o poder, depois de um golpe orquestrado pelos Estados Unidos com a participação de grupos neonazistas, hostiliza a Rússia e incita a realização de manobras militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Após a derrubada de Khadafi, lutas tribais no norte da África convulsionam toda a região. No Oriente Médio, milícias financiadas pelos Estados Unidos, a Arábia Saudita e o Qatar assumem o controle de refinarias e poços de petróleo, anunciam a criação de um califado islâmico enquanto destroem mesquitas e monumentos a grandes figuras do passado. De repente, a atenção de bilhões de telespectadores em todo o mundo se concentra na Copa do Mundo de Futebol, um evento que depois de 28 anos volta a ocorrer na América Latina. Continua
4 de junho de 2014
Dilma: um cheque em branco de Lula que o Brasil endossou
(E não tinha fundo!)
Passados quase três anos e meio da sua posse, o
governo de Dilma Vana Rousseff vem se mostrando como mais uma decepção em
relação à expectativa criada pela sua vitória, um novo estelionato
político imposto pelas classes dominantes ao povo brasileiro.
Marcada por um forte personalismo – sob
influência do elemento português, ibérico e peninsular que já motivou um
célebre ensaio de Sérgio Buarque de Holanda ‒ a nossa história não tem nos
apresentado, com a frequência que deveria, a figura do líder político de
fácil comunicação com as massas sob um perfil que se ajustaria melhor ao
nosso modo de ser e temperamento.
1º
de maio de 2014
O PT e a Questão Indígena
Como afirmou José Carlos Mariátegui em
ensaio clássico, a questão indígena está entranhada na estrutura
econômica. Tem suas raízes no regime de propriedade da terra.
18 de outubro de 2013
O fim da história, o pensamento único e os novos deuses do Olimpo
Do que têm medo alguns dos nossos mais
conhecidos artistas, transformados hoje em baluartes de um sistema que
diziam combater?
5 de junho de 2013
A fábula do presidente negro e da presidenta búlgara
Era uma vez um presidente negro muito astuto e
uma presidenta búlgara muito ambiciosa e vaidosa.
O presidente negro tinha muitos exércitos e
bases militares em um grande número de países e a presidenta búlgara tinha
um país com muitas riquezas para serem exploradas mas possuía um pequeno
exército e um povo pobre.
A parte mais rica deste povo pobre gostava
muito de ir visitar o país do presidente negro para conhecer as suas
diversões e comprar os seus produtos.
14 de março de 2013
Estratégias da direita na
Venezuela e no Brasil
A política norte-americana, depois de
conspirar para matar Hugo Chávez, se empenha agora em transformar
lobos em cordeiros, apresentando notórios políticos de direita que já
foram rejeitados várias vezes pela população de seus países como
verdadeiros democratas comprometidos com mudanças sociais.
23 de outubro de 2012
Responda rápido: Qual é o
maior escândalo da História do Brasil, o mensalão ou o julgamento do
mensalão?
Há um bom tempo a oligarquia brasileira
esperava por este momento. Depois de seguidamente derrotada e cada vez
mais perdendo terreno, desmoralizada, considerada responsável por graves
crimes contra o patrimônio da Nação, o julgamento do chamado “mensalão”
representou para a velha direita do nosso País a esperança de obter por
intermédio dos poderes da Justiça – sempre suspeitos, discricionários,
injustos e a serviço dos poderosos – o que não vem conseguindo por meio
dos votos. Ao programar o julgamento simultaneamente com as eleições
municipais, os neoliberais do PSDB, os ruralistas do DEM, os tradicionais
fascistas rancorosos e os meios de comunicação imorais e mentirosos
esperavam que os doutos senhores do Supremo pudessem lhes fornecer os
argumentos com os quais pretendem tomar o poder.
19 de outubro de 2012
A Justiça como show-business
Há um bom tempo a oligarquia brasileira
esperava por este momento. Depois de seguidamente derrotada e cada vez
mais perdendo terreno, desmoralizada, considerada responsável por graves
crimes contra o patrimônio da nação, o julgamento do chamado “mensalão”
representou para a velha direita do nosso país a esperança de obter por
intermédio dos poderes da Justiça – sempre suspeitos, discricionários,
injustos e a serviço dos poderosos – o que não vem conseguindo por meio
dos votos. Ao programar o julgamento simultaneamente com as eleições
municipais, os neoliberais do PSDB, os ruralistas do DEM, os tradicionais
fascistas rancorosos e os meios de comunicação imorais e mentirosos
esperavam que os doutos senhores do Supremo pudessem lhes fornecer os
argumentos com os quais pretendem tomar o poder.
Continua
19
de agosto de 2012
As traições da esquerda
No filme
Terra em Transe de Glauber
Rocha, o personagem Júlio Fuentes, interpretado por Paulo Gracindo,
que se associa a interesses estrangeiros monopolistas mas mantém um
bom relacionamento com os líderes políticos mais progressistas e os
movimentos sociais do país, rejeita as críticas que lhe fazem e
lamenta:
– Afinal, eu sou um homem de esquerda!
20 de junho de 2012
Os objetivos e a ética
Que notável lição de integridade política deu
a deputada Luiza Erundina aos políticos inescrupulosos do PT!
Depois de convidada para ser candidata ao
cargo de vice-prefeita de São Paulo na chapa de Fernando Haddad, a
ex-ministra e ex-prefeita Luiza Erundina descobriu que a direção do
Partido dos Trabalhadores havia articulado na surdina o apoio do notório
ladrão público Paulo Maluf à composição, em troca de uma indicação sua
para o ministério de Dilma Rousseff.
15 de junho de 2012
Rio+20: a nova farsa “humanitária” da ONU
As trombetas da imprensa corporativa mundial –
cujo repertório é bastante repetitivo – anunciam com alarde a conferência
do meio ambiente da ONU Rio+20, que ocorrerá entre os dias 20 e 23 deste
mês na cidade do Rio de Janeiro.
5 de julho de 2011
Itamar Franco
Alguns episódios que marcaram a vida e a morte
de Itamar Franco representam de forma dramática a tragédia da vida
política brasileira. Tendo sido eleito para quase todos os postos públicos
da nação, Itamar era uma espécie de avis rara na nossa fauna política e
foi muitas vezes rejeitado por sua honradez, amor ao País e integridade
moral.
19 de janeiro de 2011
Teresópolis: depois da tragédia, chegam os abutres...
Desde o início, ficou evidente o caráter de
classe das chuvas torrenciais que se abateram sobre várias partes do País,
uma vez que destruíram - quase que exclusivamente - os lugares mais
pobres. É muito doloroso ver cenas em que milhares de famílias deambulam
com o que restou de suas casas nas costas e outras em que a água chega até
alturas inimagináveis, enquanto seres em estado de total desamparo vêm
seus pertences flutuar ou são arrastados com eles sem que possam fazer
nada.
9 de janeiro de 2011
Supremo do Supremo
A intempestiva posição assumida pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal ao revogar uma decisão presidencial
– autorizada pela própria instituição – configura a primeira crise
política do governo Dilma Rousseff. O episódio se tornou ainda mais
delicado pela truculenta intervenção de uma antiga potência colonial, hoje
decadente e mergulhada – segundo as palavras de um conhecido blogueiro
italiano – numa verdadeira berluscoma.
9 de dezembro de 2010
Meias verdades
Certos blogs, que apoiam o governo, fazem
afirmações que não condizem com a verdade. Com frequência, costumam
sustentar a completa independência da política externa brasileira em
relação aos Estados Unidos. Isto não é absolutamente verdade. Estes são
alguns casos em que as versões são apresentadas no lugar dos fatos:
13 de novembro de 2010
Nossos heróis morreram de overdose
Nas décadas de 1960 e 1970, os poetas e compositores da música popular eram os nossos olhos e ouvidos, “as antenas da raça” na expressão de Ezra Pound. Bob Dylan, John Lennon, Bob Marley, Crosby, Stills, Nash & Young, Jefferson Airplane, The Who e, entre nós, Chico Buarque, Edu Lobo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, além de muitos outros, cantaram os nossos sonhos e pesadelos, as nossas esperanças mortas e renascidas, transformando-se em porta-vozes não apenas de uma geração mas de toda uma época. Continua
6 de novembro de 2010
Estupro consensual
4 de novembro de 2010
Ocupando o Haiti
Chico Buarque disse que, com Lula, o Brasil
agora “fala de igual para igual com todos. Nem fino com Washington nem
grosso com a Bolívia e o Paraguai”.
31 de outubro de 2010
E agora José Alagão Nosferatu
Serrarojas Serrágio "O Estripador" Serra Abaixo*
E agora, José?
A festa acabou,
a urna fechou,
o voto sumiu, a noite esfriou,
e agora, José?
E agora, você?
Você que tem nomes,
que zomba dos outros, você que
não faz versos,
que não ama e protesta?
E agora, você?
29 de outubro de 2010
As opções do PSDB
A campanha eleitoral que ora chega ao seu fim –
ocorrida num momento de relativa estabilidade econômica e social do Brasil
– produziu acontecimentos que geraram grande instabilidade política no
País. Desde os seus primórdios – quando o candidato da oposição José Serra
ainda hesitava em se lançar à disputa – até esses últimos dias, quando uma
campanha difamatória contra a candidata oficial invade as nossas casas com
gravações injuriosas, assistimos à participação de todos os segmentos
sociais da Nação, com evidentes interferências do Poder Judiciário em
decisões pouco claras e contraditórias, dos meios de
comunicação maciçamente favoráveis ao candidato da oposição, das várias
denominações religiosas e do Poder Executivo.
Continua
27 de outubro de 2010
O desespero da derrota
Com o debate da última segunda-feira à noite na televisão, José Serra parece ter chegado à sua derradeira trincheira. Sem um real programa de governo e depois de esgotada a tática da calúnia e das falsas denúncias, só lhe restou o recurso aos mais descarados argumentos da extrema direita: o velho ataque ao MST e a Hugo Chávez, da Venezuela, a proposta da criação de um Ministério da Segurança – no estilo do mesmo organismo instituído por George W. Bush – o discurso de condenação ao Irã, para agradar à Israel e aos Estados Unidos – que, por sinal, foram os únicos países a votar contra o fim do embargo americano à Cuba, que acaba de ser aprovado em sessão da ONU – e até a sua própria adesão aos cultos pentecostais, com pungentes leituras de Bíblia e piedosas profissões de fé. Enquanto seus asseclas – camuflados pelo anonimato – fazem sórdidas denúncias por telefone, outros cabos eleitorais de aluguel distribuem panfletos com as mesmas ou outras inverdades. Continua
24 de outubro de 2010
Criminalizando o adversário
Assim como aconteceu nos casos de denúncia de
corrupção e do tema do aborto, o episódio da quebra do sigilo de pessoas
ligadas ao candidato da oposição representa mais um momento em que o
feitiço tão longamente planejado e executado se volta contra o calejado
feiticeiro. A revelação de que essa violação da privacidade do indivíduo –
apontada por José "O Estripador" Serra como realizada sob a
inspiração de Dilma Rousseff – foi na verdade produto do chamado fogo
amigo, ou seja, tramada por Aécio Neves, seu adversário à postulação
presidencial no PSDB, desmoraliza ainda mais o candidato e retira qualquer
credibilidade às suas denúncias.
21 de outubro de 2010
O político como comediante -
eleições, mentiras e imprensa golpista
No início do filme
La chinoise de Jean-Luc Godard, o ator
Jean Pierre Léaud – no papel de um militante de uma célula maoísta –
explica o que é o teatro contando a seguinte história:
- Em Moscou, depois de fazerem uma manifestação diante do túmulo
de Stalin, jovens militantes chineses são agredidos pela polícia
soviética. No dia seguinte, na sede da embaixada chinesa e diante de toda
imprensa ocidental (especialmente repórteres de
Life,
France
Soir, etc.), aparece uma pessoa com o rosto completamente enfaixado e
que fala com emoção:
20 de outubro de 2010
No tempo em que as campanhas eleitorais eram
feitas com muitos comícios, conta-se que o ex-governador de São Paulo
Ademar de Barros – em um desses eventos – entusiasmado com a defesa que
fazia de sua própria moralidade pública, subitamente declarou:
– No bolso desta calça nunca entrou o
dinheiro do povo!
Lembram-se os mais velhos que a multidão,
estupefata diante de tão improvável revelação, respondia:
– Calça nova, calça nova!
Os tempos mudam: duas
histórias sobre Fernando Gabeira
Belo Horizonte, 1963.
Flávio Márcio, do jornal Correio de Minas, escreve uma crítica
sobre um filme interpretado por Jean-Paul Belmondo. O editor-chefe,
Fernando Gabeira, considera que a crítica faz um elogio dos predicados
físicos do ator e demite Flávio Márcio, jornalista que mais tarde iria
se tornar o premiado autor da peça Réveillon. Na época, o estalinista
Gabeira era homofóbico. Convidado a substituir o jornalista demitido,
tive a oportunidade de publicar – aos 16 anos de idade – o meu
primeiro artigo num jornal.
Rio de Janeiro, 1989.
Durante a campanha presidencial, a extinta Rádio Jornal do Brasil AM
convidava os candidatos para um debate. Em um desses encontros,
reunindo Fernando Gabeira, candidato do PV, e Roberto Freire, do PCB,
Gabeira afirmou de forma solene que os comunistas gostavam mesmo era
de chapa branca. Roberto Freire respondeu na bucha, embora sua
resposta não fosse exatamente verdadeira:
17 de outubro de 2010
A vitória do
obscurantismo
O primeiro turno das eleições
presidenciais brasileiras de 2010 estabeleceu de maneira inesperada a
vitória do obscurantismo no País. Na falta de um projeto consistente
que seduzisse o eleitorado, o candidato de oposição recorreu a
denúncias de violação de sigilo, práticas de corrupção e, por fim, à
posições religiosas polêmicas como uma suposta defesa do aborto
advogada pela candidata do governo, ampla favorita nas pesquisas.
15 de outubro de 2010
Debates eleitorais
Há 50 anos, uma eleição presidencial
galvanizava a atenção dos norte-americanos. De um lado, o
vice-presidente Richard Milhous Nixon, candidato do conservador
Partido Republicano e de outro, John Fitzgerald Kennedy, um jovem
senador do estado de Massachusetts, representando o Partido Democrata.
12 de outubro de 2010
José Serra é uma
superbactéria alienígena que Dilma Rousseff precisa debelar
Vivemos hoje um momento dramático da história de nosso País. É difícil acreditar que o epicentro da conspiração que se movimenta para derrotar o atual governo se encontre no território brasileiro. Seu arco é tão extenso e suas ambições são tão amplas que envolvem as estratégias de dominação mundial da superpotência americana. Vivemos uma crise econômica sem precedentes em que a necessidade de controle dos recursos energéticos vêm desencadeando os grande acontecimentos do planeta nos últimos 20 anos. Ao mesmo tempo, o crescimento industrial experimentado a partir do florescimento do modelo neoliberal alterou a correlação de forças anterior, proporcionando a emergência de novos países como motores do comércio internacional. Continua
11 de outubro de 2010
Serra, o farsante
Este é o político que se autoproclamou o "melhor deputado da Constituinte de 1988". O relatório do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) desmente categoricamente mais essa mentira e, na verdade, prova o contrário: José "O Estripador" Serra talvez tenha sido um dos piores representantes do povo. Veja o comportamento do homem que vai "salvar" o Brasil em questões como estabilidade no trabalho (contra), jornada de 40 horas (contra), salário mínimo real (ausente), direito de greve (ausente), férias/13º salário e aviso prévio proporcional (ausente), comissão de fábrica (contra) e monopólio da distribuição do petróleo (contra), entre muitos pontos em que se omitiu ou se posicionou contra os trabalhadores. Sua média final não poderia ser outra: 3,75. Continua
9 de outubro de 2010
Do livro de Aloysio Biondi, O Brasil privatizado: um balanço do desmonte do Estado, esse é o resultado do esquartejamento da economia nacional promovido pela camarilha PSDB-DEM-PPS que hoje quer voltar a dominar o País. Continua
8 de outubro de 2010
Eleições no Brasil
Todas as eleições presidenciais no Brasil – e foram poucas as realmente representativas na nossa história republicana – sempre apresentaram um dramático caráter plebiscitário. A notória falta de participação da cidadania leva a uma exploração do aspecto emocional das questões políticas e a população vota como se estivesse realmente decidindo o destino da Nação. Mas nem sempre o faz bem, deixando-se enganar muitas vezes pelos exemplares políticos da demagogia mais barata. Foi assim com Jânio Quadros em 1960 e com Fernando Collor em 1989. Em ambos os casos, esses falsos profetas se serviram da bandeira da moralidade e da regeneração dos costumes – temas dos quais estariam longe de serem os verdadeiros paladinos, como a história futura viria comprovar – e a sociedade brasileira pagou um alto preço por suas escolhas erradas, já que não obtivemos a moralidade pública prometida nem os avanços sociais propostos pelos candidatos derrotados. Continua
7 de outubro de 2010
Jesus Cristo para
Presidente
21 de setembro de 2010
O fantasma na máquina
À medida que se aproxima o final da
campanha eleitoral e vão se definindo as preferências dos eleitores,
ressurgem como sempre – e de maneira assombrosa – os velhos traumas e
fantasmas, despertados pela lembrança de fatos vividos no nosso
passado mais recente.
19 de setembro de 2010
Votem em mim e esqueçam o
que eu falei!
Para um país com baixa participação da
cidadania – no século passado foram poucas as oportunidades que
tivemos para eleger um presidente da República – chega a ser
surpreendente que 2010 represente a sexta eleição consecutiva desde o
fim da ditadura em 1985. Esta pequena continuidade não contribuiu
entretanto para uma maior politização do eleitorado ou uma melhor
qualificação moral e intelectual dos candidatos.
23 de março de 2010
A camuflagem do
passado
Com a astúcia de quem sobreviveu a mais de
cinco décadas de vida política no país, Tancredo Neves disse uma vez
que “no Brasil, a versão é mais importante do que o fato”.
15 de fevereiro de 2010
Os Novos Exércitos
Por ter resistido a dois golpes de Estado
– um deles, infelizmente bem-sucedido – o político gaúcho Leonel de
Moura Brizola (1922-2004) nunca foi perdoado pelas elites
conservadoras do Brasil.
18 de novembro de 2009
O testamento de Dr. Jekyll
Apontada por analistas das mais diversas tendências como James Petras, Noam Chomsky, Paul Craig Roberts e Fidel Castro, a fulminante ascensão de Barack Hussein Obama ao poder marcou a retomada da política mais agressiva dos Estados Unidos na América Latina. Desde a invasão do território do Equador, ainda no final do governo Bushinho, até o golpe fascista em Honduras e o mais recente episódio da instalação das sete bases americanas na Colômbia, sem esquecer a tentativa de desestabilização do governo de Evo Morales na Bolívia – que levou à expulsão do embaixador e ao rompimento de relações – a política gringa volta a mostrar o seu lado mais truculento, que não emergia de forma mais explícita desde o frustrado golpe de Estado contra Chávez em abril de 2002, na Venezuela. Continua
24 de maio de 2009
Estado de sítio virtual
Marshall McLuhan, o professor de
literatura canadense que se transformou em profeta dos novos meios de
comunicação, dizia nos anos 1960 que o planeta havia se tornado uma
aldeia global. Na verdade, algum tempo antes um outro grande escritor,
o autor de ficção científica Arthur C. Clarke, já havia esboçado o
projeto de um satélite de comunicação que – girando continuamente
sobre a Terra – criaria um permanente intercâmbio de informações.
20 de outubro de 2008
A vertigem da memória
Estimulados, de um lado, pela busca
desenfreada por efemérides promovida pelos órgãos de comunicação que,
na ausência de uma política de análise séria e profunda da nossa
história se socorrem na superficialidade do
fait divers e, ao
mesmo tempo, não podendo escapar à característica ôntica do homem como
ser histórico e condicionado pelo milenarismo, vivemos no atual
instante uma rememoração do ano de 1968, no ensejo do seu 40º
aniversário.
11 de setembro de 1992
A correspondência recente trocada entre o Presidente da República,
Fernando Collor de Mello, e o empresário Roberto Marinho,
Diretor-Geral das Organizações Globo, que o jornal
O Globo
publicou no último domingo, dia 6 de setembro, permite uma análise que
desvenda alguns dos momentos mais significativos da nossa história
atual.