20 de abril de 2013

 


América Latina: Cuidado!

 

Em apenas uma semana, a direita da Venezuela assestou dois violentos golpes contra o governo bolivariano. O primeiro foi a quase vitória que obteve nas eleições do último dia 14 de abril, depois de uma desvantagem de quase 20 pontos.

O segundo se deu quando decidiu não reconhecer o resultado das eleições e produziu claros atos de desestabilização da ordem, paralisando ruas, atacando centros de saúde e de abastecimento, palácios de governadores que apoiam o PSUV e propriedades da companhia petrolífera PDVSA, em atos que já causaram a morte de 8 pessoas e ferimentos em mais de uma centena de cidadãos.

O próximo passo consistirá em acentuar a atmosfera de ingovernabilidade do país e para isto a oposição fascista certamente recorrerá até a assassinatos seletivos. O objetivo final será a derrubada do governo de Nicolás Maduro por meio de uma insurreição militar provocada de dentro do país e com a colaboração de mercenários armados do exterior.

Esperam assim que esses claros atos de terrorismo e sabotagem contra instituições públicas provoquem uma resposta violenta do governo e a morte de um dos manifestantes fascistas, o que poderia levar a Venezuela a um cenário de confrontação militar, muito parecido à Síria de hoje.

Esse padrão de comportamento segue o modelo que já foi executado na última eleição presidencial de 2009 no Irã, quando o candidato apoiado pelos Estados Unidos proclamou vitória antes do encerramento da votação e em seguida denunciou uma suposta fraude no processo eleitoral.

No momento, os americanos e seus capatazes no país se empenham em enfraquecer o governo com o objetivo de obter concessões favoráveis a seus interesses de pilhagem e rapina como a privatização da indústria do petróleo, da construção civil, da saúde e da educação, condicionando-as à preservação de uma certa margem de governabilidade para a administração de Maduro.

Essa intenção já foi anunciada a Maduro pelo candidato derrotado Capriles Radonski na noite do dia das eleições, quando propôs um pacto que foi recusado pelo atual presidente.

O sucesso do governo dependerá da capacidade de ampliar a sua base de apoio na sociedade venezuelana, reforçando os laços já existentes com os setores mais desfavorecidos e conquistando adeptos entre a classe média mais esclarecida. Seus maiores obstáculos serão os meios de comunicação claramente golpistas e a ação subterrânea do governo norte-americano e de seus agentes pagos no país, amplamente disseminados na burguesia que por décadas explorou e oprimiu a população.

A sorte de todo um projeto de transformação da América Latina se decide no momento nesse país vizinho da América do Sul.

 

Sérvulo Siqueira